quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Mais Uma Bicicleta em Lisboa

Como algumas alminhas já sabem, recentemente adquiri o meu novo brinquedo: a minha bicicleta com pinta “old-school-pasteleira”!

Após umas semanas, três julgo eu, já deixei de encarar a minha “Bicha” (a bicicleta, entenda-se) como um simples e mero brinquedo. Actualmente encaro a minha Órbita como o meu veículo, o meu meio de transporte pela cidade de Lisboa. Honestamente, não podia ter feito melhor escolha, que só peca por tardia. Isso mesmo; abdiquei do meu Seat Ibiza e dos transportes públicos - estes últimos ainda lhes posso dar uso – e os resultados têm sido bastante satisfatórios!

A minha primeira aventura foi almoçar com amigos (sim, eu tenho amigos!) em Alvalade. Decidi, então, usar a bicicleta. O percurso, curto, foi como que uma espécie de introdução à condução de uma bicicleta em cidade. Timidamente, mas cheio de “alegria”, aventurei-me na Alameda Linahs de Torres, seguindo pela ciclovia do Campo Grande, acabando por seguir pelas Avenida do Brasil e a de Roma. Demorei dez minutos a fazer o trajecto. Tendo em conta que, mesmo tendo o metro à porta de casa, ainda tenho que trocar de linha no Campo Grande e esperar alguns minutos para que o metro apareça, devo dizer que dificilmente conseguiria melhor tempo. Claro que o tempo de bicicleta pode e vai ser melhorado. Convém não esquecer que foi a minha primeira aventura a sério pela cidade, pelo que circulava um pouco a medo e sempre a um ritmo não muito apressado. Isto permitiu-me ganhar alguma confiança, pensar quais os melhores caminhos, ou simplesmente apreciar esta minha primeira aventura. Quando souber de cor todos os locais onde posso subir passeios ou descê-los com segurança, as melhores ruas de bairro para não apanhar semáforos e a melhor forma de fintar esses bichos luminosos, os meus tempos de percursos numa bicicleta serão maravilhosos.

Claro que nem me atrevo a falar na óbvia falta de ritmo. Passei três meses sem fazer nenhum exercício físico e agora ponho-me a andar de bicicleta pela cidade. Aos poucos, tenho a certeza que as velocidades vão aumentar, tal como a destreza e a perícia.

À volta, larguei uma alma na estação de Roma-Areeiro e, apartir daí, fiz o mesmo percurso, mas em sentido contrário, em direcção a casa. Foi tão bonito e comovente ver-me a ultrapassar carros e carros parados no trânsito, na Avenida de Roma e Avenida do Brasil, que, assim de repente, senti-me dono do Mundo! É bastante engraçado ver os carros completamente parados, à espera que um semáforo fiquei verde, e ver uma bicicleta a passar por eles, impávida e serena. Só não lhes disse adeus para não os provocar mais. Só a cara dos automobilistas a verem um rapaz de bicicleta em plena hora de ponta fez o meu dia!

Resultado: 19 minutos até à minha humilde residência. De autocarro, noutro dia, tinha feito o mesmo trajecto de autocarro (7) e, já com a ideia de fazer as comparações, registei o tempo de 28 minutos. Ah pois é meus amigos, é que ir apanhar o autocarro envolve sorte com os tempos de espera, mais o tempo de deslocação até à dita paragem e o tempo de, depois de abandonar o autocarro, chegar ao local pretendido.

No dia seguinte, resolvi ir à pocilga, o IST! Infelizmente tive de ir tratar de papeladas que já há muito, deviam estar prontas (Só não fui antes porque, para ser muito franco, não tenho pachorra nenhuma para ir lá e também não tenho grande pachorra para papeladas e afins). Uns chamam-lhe preguiça, outros desleixo...

Pois o que interessa é que, sim, fui de bicicleta. Aí fiz o mesmo caminho acima mencionado, com a diferença que segui pela ciclovia até Entrecampos. Com alguma confusão à mistura, a tentar estudar in situ o local, meti-me na Avenida da República e lá fui eu, todo lampeiro, pelas laterais e, num instante, atravessei a Avenida por uma passadeira e logo segui em direcção ao IST. Resultado: 21 minutos, já contando com um ritmo baixo, para não me cansar, e com o “estudo” das várias alternativas que me surgiam pelo percurso. Claro que o tempo pode e vai ser bastante melhorado. De metro eu demorava, e tenho o metro DESCARADAMENTE À PORTA DE CASA, cerca de 20 minutos, pois às vezes tinha que esperar pelo metro e depois, ao sair no Saldanha, ainda tinha que andar umas boas centenas de metros. Só o trajecto Quinta das Conhas – Saldanha demorava cerca de 8/9 minutos. O melhor tempo possível da minha casa ao IST é de 15 minutos, se tiver sorte com o tempo de espera...

De volta demoro uns belos 20 minutos, com uma parvoíce feita no Campo Pequeno, ao atravessar, inutilmente, a Avenida da República, o que me levou algum tempo “precioso” para fazer estas comparações.

Só vos digo que andar, por ali, no Jardim do Campo Grande a levar com o ar no focinho, mesmo que seja algo poluído (algo, cof, cof, cof!) é bastante mais prazeroso do que andar encafoado no metro, dentro de túneis escuros, sem vida, cheios de cabos e gente a cheirar DEMASIADO a suor. E vá lá que as nossas estações do metro são bem bonitas!

A nova experiência foi ontem, quando fui ao fui ao ginásio de bicicleta para o estádio do SLB. Meus caros, outros 19 minutos que podem ser melhorados, já que era a primeira vez que fazia tal percurso, e devo dizer que é maravilhoso chegar ao ginásio com o aquecimento já feito. São, pelo menos, 10 minutos que se poupam lá dentro! Cheguei quentinho e, passado meia hora, estava a preparar-me para voltar para casa. O retorno, pelo mesmo caminho (Metro Telheiras, Parque dos Prícipes, Colégio Militar, Colombo), nas calmas, a estudar o caminho, demorou-me cerca de 21 minutos. Cheguei a casa e parecia um homem novo!

Meus caros, nota-se, pela extensão do texto, o meu entusiasmo com esta nova forma de me deslocar pela cidade. Agora dei para ser uma putéfia ecológica, a andar por Lisboa numa bicicleta baptizada de “Bicha”, uma pasteleira preta, sem gastar um cêntimo para me deslocar e sem poluir o ambiente. Ahhh pois é! Eu agora só poluo o ambiente se me peido, mas isso está fora de questão, já que as pessoas finas não fazem coisas dessas; NO, NO, NO!

Digo-vos, estou é arrependido de não ter começado a andar de bicicleta mais cedo! Já se começam a ver umas alminhas com a sua bicicleta no meio do trânsito. Um deles já me acenou no Campo Pequeno e eu, como moço bem educado, acenei de volta, num gesto de boa educação! Outra coisa que me espantou é que, até agora, nenhum condutor se armou em esperto comigo. Noto imediatamente uma redução de velocidade e nenhum até hoje me ultrapassou de forma “maldosa” e provocadora. Também é certo que, dado estar no início desa nova fase, conduzo de forma prudente, sempre na defensiva...

Deixo-me de paleios e só digo isto:

VALE A PENA!

Jokinha Pride

Renato Ecológico

1 comentário:

RH disse...

coloca uma foto da bike