Depois de uns testes que me ocuparam muito tempo e um período de reflexão, eis que surge, num breve espaço de tempo que tive, num trauma pós-cinética-química, o terceiro episódio da novela "Quem não chupa, não mama!"
Já circulavam muitas queixas devido à falta de um episódio... Peço perdão pelo descuído.
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Maria Iraniana levantou-se envolvida numa aura triunfante, demonstrando total controlo e sabedoria nos seus actos. Ajeitando o cabelo e a saia rodada, Maria Iraniana confessou, finalmente, algo que por muitos anos tivera morada no seu íntimo:
- Eu sou pecadora! Eu partilho a culpa com alguém desta sala. Fui tomada e lambida por uma língua “láánguida” e, de repente, vi-me envolvida numa traição silenciosa. Tudo começou ‘cum simples olhar… ‘da-se, foi memo boum! Foi um olhar inocente, no meio do milheiral. Estava a tirar as barbas das maçarocas e pensei que algo, naquele lugar, estava errado, pôrra…
- Não se intimide pela minha presença. Converse como se conversasse com Deus, Ele que tudo vê e ouve! – Exclamou o Padre na tentativa de acalmar a crescente vergonha de Maria Iraniana.
De facto, a confiança inicial de Maria Iraniana depressa se transformava num medo arrebatador e incontrolável. A clareza das afirmações iniciais depressa deu lugar aos gaguejos, às hesitações, aos “pôrras”…
- Ai! Ele vê e ouve tudo?! Agora é que estou fodida! – Gritou, envergonhada Maria Iraniana.
Num outro canto da sala, Sílvia Costa Pimpolho segredava a Anacleto:
- Xiça caneco! ELE vê tudo! Tenho que deixar de ir ao estábulo ter com os cavalos! É bom, mas não pode ser mais!
- Pois eu vou dizer o que tenho a dizer. Eu vou contar na presença d’Ele, tudo o que eu sei e senti. Eu tenho, na minha boca, os três segredos de Maria! Já, noutra altura, revelei dois. Agora é a vez do terceiro. Este tem a ver com uma aventura que tive. Eu cá houve um dia – desabafava Maria Iraniana – que me sentia tonta. Chamei um médico e ele disse que eu, dali a umas horas ia ter um ABS. Daquelas coisas que dão na cabeça das pessoas que ficam tontas e dizem que estão a ver a luz! Eu pensei, “Antes de me ir embora paró céu, vou descascar milho e tirar-lhe as barbas”. Mas, quando estava a descascar o palhaço, senti que me faltava experimentar algo! Foi então que me relacionei com uma pessoa. Laumbi-a até ao último pintêlho. Laumbi-lhe a peidola e até tive direito a mousse com bocadinhos de amendoim picante! Depois, fui eu a laumbida. Laumbeu-me toda, também. Não até ao último pintêlho, porque faltou aquele que está atrás do siso, desde os meus tempos de pré-primária, quando me meti com o André… Eu tenho de dizer. Tenho. Não posso esconder mais. A mulher que eu laumbi, foi a esta mulher que está a meu lado, Maria Agripina.
- Ehhhhhh!!! Agora queres ver que tenho mamãs!? – Gritava José Agripino que estava ao lado de Maria Iraniana.
- Onde está a Maria Agripina?! Ela tem de confessar, também! – Desesperava Maria Iraniana.
- Ó, ela disse que estava a ficar tonta e que ia fazer uma coisa. Acho que disse que ia desmaiar. Ela está aqui, deitava, no travesso onde se põem os joelhos. Ela disse que ia desmaiar, mas parece um anjinho a dormir, que nem tive coragem de a acordar. – Disse José Agripino.
José (o pai), disse - isto é normal nela! É muito sonolenta!
Depois de estalos e água com açúcar para reanimar Maria Agripina – que desmaiou com a revelação de Maria Iraniana – José sentou-a a seu lado e pediu à mãe para ela própria intervir a aproveitar a confissão, porque senão, tinha de ir para o último lugar da fila e nem à hora de jantar estavam despachados…
- Agora que está melhor, diga-me Maria Agripina, é verdade que teve um caso extraconjugal fufo, no meio do milho, com Maria Iraniana? – Questionou o Padre del Dios.
Respondeu então Maria Agripina:
- Bem…. As fatias de queijo Limiano são cortadas directamente da bola para o pacote!
E a sala, em coro e a espichar de alívio, exclamou:
-Ahhhhhh!!!
CONTINUA
sexta-feira, 17 de novembro de 2006
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