Marrocos

Não é nada meu costume fazer uma espécie de revisão pública de férias; mas destas férias de páscoa que recentemente findaram, não posso escapar.
De todos os locais que visitei, de todos os locais por onde passei e permaneci algum tempo para formar uma opinião própria, Marrocos foi, sem dúvida alguma, o país que mais me fascinou. Foram as primeiras férias em que tive realmente pena de me vir embora - talvez tenha tido pena de voltar para as mediocridades que ando a ver em Portugal, lol.
Foi a minha primeira experiência (séria) com um país árabe. Acho que para começar a explorar os países islâmicos, Marrocos deve ser, certamente, a primeira opção óbvia para um Português.
Marrocos é um país islâmico que, ao que pude perceber, tem o fundalismo e fanatismo bem irradicados. Claro que lá terá uns doidinhos ao serviço de Alá pelo meio, mas para ser franco, não os detectei e tenho sérias, sérias dúvidas que existam em número relevante.
Marrocos, ao que me pareceu, é um país muçulmano muito brando, muito aberto e muito "open-minded". Poucas mulheres vi de burka (completamente tapadas) e estas, curiosamente, eram mais abundantes em cidades "in" como Marrakech que no deserto e aldeias desoladas. Muitas mulheres se vestiam ao estilo ocidental, sempre com um "trapinho" de qualidade duvidosa para dar um toque exótico e misterioso.
Os marroquinos (marróquis, como eu gosto de os chamar) são extremamente educados, gentis, altruístas, curiosos e, o mais importante de tudo, divertidíssimos!
Para eles o dinheiro é tudo. Tudo serve para fazer dinheiro, para pedir uns "dirames". O regateanço é um ritual que se repete em cada loja. À medida que colares,brincos, sapatos, djelabas, capuchos, peles, puffes, ervas, chás, especiarias, bolas, calças, trapos e tapetes vão sendo negociados, um burro passa, pessoas gritam e o cheiro da comidas grelhadas se confunde com o das peles e do lixo, lixo esse que faz parte da decoração que dá o especial encanto a Marrocos.
Marrocos está a pura e simplesmente seiscentos e poucos quilómetros de Lisboa (pouco mais de uma noite de carro). mal pisamos África decentemente, sentimos que algo português andou ali. Ceuta conserva, ainda, o símbolo da coroa portuguesa emplastrada na bandeira que identifica a cidade à qual Ceuta devia lealdade em tempos idos, falamos de Lisboa.
Os portugueses deixaram marca em Marrcos e foi muito, muito curioso constatar tal facto. Somos tratados de forma completamente diferenciada que uns espanhóis ou franceses e, pelo facto de não sermos uns turistas "comuns" em terras árabes, a curiosidade aumenta mais que o habitual. Dizem sempre "portugueses são como marroquís, não têm dinhéro" e lá nos fazem uns preços mais em conta que a um espanhol ou francês. Brincam com o nosso "soutaque" de forma engraçada e nada prejorativa. Quando ouvem o Português gritam logo "Luich Figo","Rui Cochta","Batatach Fritach","Cachecaich" e pergutam sempre se somos do Porto, de Fro ou de "Lichboa"! Eles adoram a forma como pronunciamos os "ésses" e pelo facto da nossa língua ter um som completamente distinto do espanhol.
As antigas cidades potuguesas são um regalo. As muralhas, algumas ruas em português e a própria mentalidade dos marroquinos naqueles locais muda. Deixam de ser extrovertidos para serem introvertidos e desconfiados. As velhas aparecem na janela a cuscar os visitantes e a falar baixinho com a vizinha, a comentar as vestimentas e a nossa presença em antigas terras lusas. Muito mais que património ficou. Ficou também, nestes locais (especialmente em El-Jadida) um pouco do feitio português.
A comida é maravilhosa e os marroquinos são os reis, em regime absolutista, do Reino dos Yogurtes e Pastelinhos. Os yogurtes vão desde o magnífico yogurte natural (completamente diferente do nosso), até ao yogurte de abacate e amendoas a transbordar de verde. Os bolinhos e pastéis, herança da presença francesa, são excelentemente bem trabalhados e saborosos.
A tajine e o couscous são os pratos fortes e, de facto, merecem o estatuto de principais comidas de marrocos. São uma delícia que fica bem em qualquer frigorífico e prateleiras de arcas frigoríficas.
As distâncias são da ordem das centenas de quilómetros. Contudo, a paisagem é tão bonita que os quilómetros até dão gosto a serem feitos, sempre em estradas boas e com uma condução, no mínimo, divertida. Traços contínuos não existem, passadeiras são feitas em todo o lado. Burros passam as auto estradas, etc... Curioso é que n vi um único acidente, mas ok!
Deixo as fotos (que também não fazem justiça) falarem por mim. Aqui fica Marrocos, o país onde "os vermelhos são muito vermelhos, as bichas muito bichas e os verdes muito verdes". O país em que há neve, deserto, nevoeiro, tesmpestades de areia, dunas, mar, cidades gigantes, cidades feias, cidades lindíssimas, lixo, gatos, macacos à bneira estrada, cedros, polícias subornados, tajines, camune, compal a 4,5 euros o litro e croiassants a 8 cêntimos!
Deixei Marrocos, mas com a promessa de lá voltar :)


Vila Verde de Ficalho

Ferry Algeciras-Ceuta Gibraltar visto do FerryAvistamento de terras africanasCeuta
Já em Marrocos:

Burrinho de Tétouan

Arredores de Chefchaouene (a caminho de Akchour)
A medina de ChefchaoueneA nossa primeira foto depois da nossa primera dormida. Depois de 35 horas sem dormir, entre as quais umas 13 a conduzir, soube que nem ginjas! No terraço da Pensão Souika em chefchaouene:

Os maravilhosos pequenos almoços marroquinos

primeiro atentado ao pudor em Marrocos

A primeira de muitas djelabas (desta viagem!)
Em Marrocos, o tudo é muito tudo. O vermelho é muito vermelho e o azul é muito azul!A caminho de AkchourMedina de Fès. Falta frisar que falta a parte nova da cidade. Fès é simplesmente gigantesca. Através desta foto não se tem noção da quantidade absurda de lixo, gatos e ruas estreitas que as muralhas encerram.
Pátiozinho da ganza, no hotel Moulay Idriss, Fès.A tentar adivinhar o caminho para a parte nova e a pedir à Joana "Foda-se, segura-me lá no côco!"OK.Arredores do nosso hotel. Bab Ftouh.A melhor maneira de andar nas medinas!
Tinturarias de Fès. Belas e com o pior cheiro de todos os tempos. Fiquei mal disposto o resto do dia, digestão parada, não podia cheirar peles porque me lembrava logo do cheiro e, mesmo assim, foram os 2 euros mais bem gastos da minha vida! Belo, muito belo. Mas só recomendado para pessoas de bom faro, lol.Uma "artéria" da medina de FèsRenato agoniado, com dores de estômago, a tentar forçar os vómitos. Lembro-me de dizer "Blurgh, o meu vómito cheirava-me às tinturarias!". Confesso que eu fiquei com um trauma olfactivo.Macacos ao pé de Ifrane. A caminho do deserto.

Eis que a caminho do deserto, encontramos neve ;)

O Seat foi multado... O resto da história conta-se em privado, xiuuu! Não vá a bófia marróqui mudar de ideias. Vínhamos devagar e eles quiseram dar-nos uma festinha!

Rapazitos, Joana e eu ao pé de Er Rachidia, já em ambiente desértico.
garotos berbéres do Deserto, ao pé das dunas de Erg Chebbi, Merzouga.
Dunas de Erg Chebbi

Renato mal disposto a dormir na tenda do deserto! As tinturarias e as omeletes de certos retaurantes fzem coisas destas... nascer do sol no desertoMomentos antes do nascer do sol (Eram 5:30 da manhã). As dunas estavam completamente laranjas e o céu estava com uma cor magnífica! depois do sol nascer a cor laranja vai-se embora para dar lugar a dunas mais claras, mas não menos belas (à medida que o dia avança, mas dunas mudam gradualmente de cor).
A diferença depois do sol descoberto.
The Camel Ride!O nosso acampamento.


Yeah! Tempestade de areia em Tinejdad, a caminho de Tinerhir.Cagatel do hotel El houda, Tinerhir.Palmeiras e oásis no rio Todra, TinerhirDento do oásis para fazer o corta mato e evitar as montanhas, no caminho das gargantas do rio Todra.
Quase lá! faltam 6 Km! lol
Muita história tem esta foto! A verdadeira interajuda, em troca de uns empurranços e uns dirames, boleia no calhembeque porque havia greve de táxis!
depois de Tinerhir, fomos às gargantas do rio dadès. O meu carro adorou esta estrada!
A caminho de Ouarzazate
Terraço do hotel Bab Sahara, na praça principal de ouarzazate. Escusado será dizer que o principal monumento de ouarzazate, à altura, era eu, está visto!
O belo suminho de Toranja PURO (até saltei com a acidez, lol) em Marrakech

Medina de Marrakech
Museu de Marrakech

Ait ben Haddou, onde foi gravado o gladiador. Uma Kasbah magnífica!
Os macaquinhos da praça Djemaa el Fna. Ele por a merda do macaco, eu não pedi nada, e depois pediu guita. Levou uns 50 cêntimos e ficou contente!
Mesquita e torre da koutobia.
Marrakech puro e duro. Rua de Marrakech que dá para a preça Djemaa el Fna:
Conduzir em marrocos, só por si, já valia as férias todas. É uma aventura, desordem, caos que eu jamais tinha presenciado. Curioso é que n vi umacidente

Praça Djemaa El Fna, onde as pessoas, por momentos, são património Mundial

Museu de Marrakech
Medressa Ben Youssef

Gato que era a maior estrela da torrezeca de koubba. Muito, muito estilo!
Ir a Marrakech e não se beber 7 ou 8 sumos de laranja por dia, não sabe o que é Marrocos. Os melhores sumos de laranja que já bebi. Amália rodrigues, Joana, canha e o vendedor da bancada 25!
Os próprios marroquinos olhavam para o nosso carro com ar de desdém... Nota-se o porquê. O carro era mais marroquino que os carros marroquinos! Aqui estávamos em El- Jadida antiga cidade portuguesa de Mazagão.

Cisterna Portuguesa

Muralhas da cidade portuguesa
Muralhas de rabat, capital do Reino. Foi o local que menos apreiciei.
Assilah, antiga cidade portuguesa de Arzila. A parte velha é toda portuguesa e, tal como El Jadida, parece uma vila algarvia!

Já tou cansado...

Paz!