segunda-feira, 3 de abril de 2006

Tinha que ser...

Claro! Uma pessoas faz anos e se tem um espaço "público" para dizer algo que tenha a ver com o tema, até fica de mau tom não o fazer.
Uma coisa foram os meus anos, outra completamente diferente foi o dia em que fiz a celebração, com os amigos.

O dia de anos foi um dia quase normal, semelhante a muitos e muitos outros que por mim já passaram. Sim, eu até agora acho que os dias vão passando por mim, não eu a passar por eles, como devia ser.
Estudei, claro, que os meus pais pagam propinas para alguma coisa! Depois de ter passado um tempinho a estudar com as minhas amigas químicas, fui, antes de levar a minha mãe às compras, dar uma volta por vários locais que me marcaram.

Lá fui eu fazer o roteiro melancólico, a presuntos. Passei pelo já extinto "cup&cino" do saldanha. Aí passei muitos finais de tarde; muitas ressacas de pós-laboratório, para descansar a cabeça de tanto procedimento, montagens e tudo o mais; ali cusquei com as minhas amigas, em belas sessões de "corte e costura" onde cortámos na casaca de muita gente, eheh; e ali passei, provavelmente, o momento que mais me marcou até hoje, a libertação e a confissão de coisas que há muito deviam, ou não, ter sido ditas... Foi num canto daquele "cup&cino" que abri o meu coraçãozito de manteiga. Não de uma manteiga qualquer. O meu pobre coraçãozito, que muito atura, só derrete quando quer, mas quando começa a rigidez e a sua consistência compacta, parte-se em mil pedacinhos que mais parece a tal manteiga derretida. Por mim, aquele momento podia durar a vida inteira, a minha vida podia ser aquele momento que eu não me importava minimamente. E foi ali que o Renato abriu o seu coração que nunca mais vai sarar. E foi ali que, no meu dia de anos, derramei, a beber um triestino, as águas que me lavavam o espírito.

Segui caminho porque tinha de levar a minha velhota. Fui de metro até ao Chiado. Subi a Rua Garrett, passei pelo largo do Camões, andei pelo bairro alto, segui caminho até São Bento... A caminho passei pela porta do incógnito - onde ia parar na sexta-feira seguinte - e cheguei ao Palácio. Olhei para a paragem do autocarro onde apanhei, num dia, o autocarro 100 e lembrei-me de imensas coisas. Ao pé ficava a Rua dos Prazeres, provavelmente, a rua que mais memórias me traz. Sentei-me à frente da porta 9, no passeio, entre dois carros estacionados, e chorei até não aguentar mais, sem me preocupar com as pessoas que passavam por mim e estavam tentadas a perguntar se estava tudo bem. As persianas estavam cerradas, as janelas estavam fechadas e eu, naqueles instantes, queria entrar por aquela porta para resgatar o Renato que, desde então, ficou lá preso.

Segui caminho e apanhei o Metro no Rato, para levar a velha às compras.... Depois foi o habitual:
- CARAGO! ESTÁS VELHO!
- EHHHH, parece que come adubo!
- Ehhhh 21!! Daqui a pouco ainda me apanhas!!
- Parabéns puto!!!

Saí À noite, basicamente para fazer o mesmo que fiz na tarde.

Na sexta foi a celebração. Por desculpas desnecessárias e frágilmente fundamentadas, amigos meus faltaram. Honestamente, como uma amiga minha diz, dou demasiada importância ao que não deve ter importância. De um lote que muito estimava, 4 deram à costa... Sim, fiquei com pena.
Tudo foi bom, no restaurante. Depois, nem tanto. Sei que fui eu quem se divertiu mais. Uma das minhas amigas apanhou uma valente seca, a outra estava estafada e o ambiente não era bem o dela... Convém frisar que o incógnito não é para toda a gente. Outras adoraram e disseram que os devia ter trazido lá muito antes e que eu era um egoísta porque só queria as coisas boas para mim, lol.
Ou seja, quase o habitual, também. É habitual fazer anos, logo, tudo que esteja relacionado com os anos acaba por se tornar habitual, para mim. Não vale a pena fazer esforço para mudar certas coisas... Não vale a pena.

Recebi uma carta inesperada da minha colega da bélgica, a susana, que quase me "arrebentou" o coraçãozinho! Não estava mesmo nada à espera. Recebi galos em bolo, galos em miniatura, fiz de galo e adorei, também, a presença do Canha, da Lilas, da Joana e do Salgas! O resto da noite foi muito boa! Foi só rir!

Todos que me desculpem, mas eu podia ter substituído aquela noite por outra que me podia preencher todo o meu coração e teria tido um dia ainda mais feliz! (Sim levar com dasnças lascivas da paula em pleno restaurante tb é bom :p)

Gostava de ter passado aquela noite - bastava parte dela - contigo. Gostava de falar contigo, ouvir-te sem aquelas vozes de fundo... Podia ter acontecido, até havia disponibilidade. Até pensei fazer isso mesmo, mas não. Um dia direi o que AINDA, sim ainda, me falta dizer...

E sim... continuo à espera, pacientemente, de algo que me foi prometido...

Aulinha de fenómenos chama por Renato e eu vou, porque sou um menino responsável!

Hasta las pastas

7 comentários:

Anónimo disse...

Tu tens um dom de tornar o bom em mau. E não me vou chatear mais...

Renato disse...

LOL! Ai danny the dog, simplesmente contei o que fiz, nada mais. Digo-te a ti o que digo a muita gente... "Vai à Igreja para saberes a outra metade da missa"... E é verdade, não te vou perdoar o facto de não teres vindo... Mas c'est la vie. Não foste só tu a deixar-me bem pendurado! LOL

Renato disse...

Óbvio que só agora é que estive a ver os erros... Mas isto foi escrito em cima do joelhinho e, para ser franco, não tenho pachorra nenhum de corrigir erros para este efeito. Para documentos "oficias", como relatórios e afins, sim, faço a devida correcção; agora para estas chachadas... Não!

Anónimo disse...

Entendo, também funciono um pouco desse jeito!

O post está um típico post à Renato. Tudo muito bonito, mas pouco ou nada se entende porque essas histórias, ou os pormenores que faltam, estão guardados algures num local que já chamei de "Eterno baú do Natos"!

PS- 1001 desculpas por não ter ido! :'( Gostava de ter ido ao incógnito!

Anónimo disse...

Oh Natos, este post nem parece um post de Natos, mas um post do Convicto, se bem que o Convicto não escreve poesia em prosa como o Natos. Curti bués deste post. Devias fazer anos todas as semanas para irmos lendo coisas assim.
Bem, isto é uma estupidez porque, caso acontecesse, passadas três ou quatro semanas já ninguém leria os posts, mas pronto, é uma forma de dizer que apreciei ler este post dos naticidios do natos, este local impressionantemente genial para o qual contribuí orgulhosamente, dando título (se bem que a ideia era naticínios, mas naticídios também tem piada. Pronto).

miss_rochinha disse...

Uma colega da bélgica!?!?? uma colega!??! a pessoa que confessaste amar diante de toda uma licenciatura, a pessoa com quem casaste no dia 1 de janeiro deste ano... Uma COLEGA??!? Pelo menos amiga... fico chateada com essas merdas,há pois fico, que a porra do postal ainda me saiu caro!!!

(o comentário a tocar ao coração fica para depois da correcção no post...)

Anónimo disse...

Páscoa feliz!