Serra da Estrela e que mais cousas

Na semana passada, com aquela maravilhosa Terça-Feira de 25 de Abril, o Renato e mais alguns catraios e catraias foram para as bandas das beiras interiores. Desde terça até o sábado seguinte, muitos quilómetros foram papados - 2000, no total - e devo aqui dizer que o je gostou muito. Ando agora nesta fase de vadiagem, de sair da capital!

Novamente, tal como em Évora tinha acontecido, diverti-me muito. As expedições, com sede num hotel do Fundão que tem lucros com base numas "linhas brancas" (...), lá foi Renato, não pela verdura, mas pelo asfalto.

Aproveitei para visitar as aldeias históricas de Portugal, aldeias que agora quase se encontram esquecidas, mas que tiveram, em tempos, funções determinantes na manutenção da nossa indepenência desses vizinhos a quem o Natos fui chular a gasolina!!!

(ps- esta foto foi tirada na serra em andamento claro está! No inverno estaria esta maravilha completamente congelada!)

Claro que, quem no Fundão está hospedado, na Serra da Estrela tem de passar. Fiquei surpreendido. Mesmo com um calor dos diabos, ainda havia neve, e podia-se ver a serra na sua plenitude sem termos as típicas romarias dos amantes do Inverno. A Serra estava mais que calma, estava lindíssima e, sinceramente, preferi a serra nestes dias de "verão" que num Inverno cheio de gentalha. (talvez por ter pago uma pechincha pelo hotel! lol)

O dito hotel tinha ginásio, piscina interior, exterior, tudo por uma ninharia! Até dava gosto acordar para ir tomar s melhores pequenos-almoços que comi na minha vida inteira!

Por falar em comer, enfardei-me até dizer chega! Comi mais que uma manada de vacas! E tudo comidas ditas, "estranhas". Comi umas belas carnes de javali, de lebre e até de, suposto, veado!
Foi tudo MUITA BOM!

Para além da beleza da Serra, aconselho, vivamente, que qualquer labrego portunhol antes de ir para a "estranja" se digne a visitar o que tem por cá!

Aconselho uma visita a Trancoso, a Marialva, à Guarda, à Covilhã, a Vila Nova de Foz Côa, a Castelo Rodrigo, à espectacular aldeia de Almeida, à bela cidade espanhola de Ciudad Rodrigo e Salamanca, à lindíssima aldeia da Sortelha, à aldeia mais portuguesa de Portugal (Monsanto) e a tudo o que puderem ver na região!

Passemos às fotos:


O Fundão é uma terra especial... Só uma terra especial é que tem, plena rua principal, um estabelecimento que se chama "ELECTRO BIMBA!". Claro está que isto foi logo à chegada, ou seja, a coisa prometia! O Renato lá parou o carro, abriu o vidro, e com umas buzinadelas à mistura saiu esta obra de arte. A máquina em vez de bimba fez PIMBA! e ficou registado este belo estabelecimento! VIVA O FUNDÃO!







Pensava eu que a coisa acabava por ali... As promessas feitas pela electrónica deram lugar ao segundo centro espiritual.... Lembrem-se que, em Évora, já tinha visto um belo Centro deste grupo que ajuda as pessoas a parar de sofrer... O meu amigo não conseguiu tirar muito bem a foto, mas fica o registo que até no Fundão as pessoas sofrem!








Aqui está o Renato com o seu irmão, também Renato, claro está! Podia mostrar uma so com a paisagem da Serra, mas eu sou muito mais bonito e embelezo qualquer foto... Por isso foi esta!
Esta foto foi tirada a caminho da torre.










Ainda havia alguma neve, o que me impressionou, já que há dias que estava um calor dos diabos. Estas belas boinhas geladas pareciam, como o Renato disse muito bem, "diamentes".






























Nesta belas duas imagens, excelentemente dispostas pela preguiça, revelam a minha grnde surpresa da Serra. Já a conhecia relativamente bem, mas este local, chamado "o poço do inferno", era-me cmpletamente desconhecido! Digo que foi das coisas mais belas que os meus olhinhos viram até hoje. Eu, a certa altura disse à minha irmã "Até tomava aí um banho! Até ia buscar os calções ao hotel." Uma velhota simpática, bem ao jeito português patusco exclama - Ó filho, gostava de ver isso! Está tão fria que até sem culhões ficavas!"

Há que louvar!


Das muitas aldeias históricas que visitei - quase todas num bom estado de conservação, ou em trabalhos de recuperação - a aldeia de Marialva foi das que mais me impressionou. Os registos medievais dentro do castelo; como aquela cisterna e o pelourinho, tal como as igrejas em fase avançada de reuperação, são notáveis. Pena, pena é que não possam notar na calçada. As pedras estavam dipostas numa forma regular muito bonita. Aconselho vivamente a visita, apesar de se ter que desembolsar uns tostões para lá entrar (1,5 euros por pessoa, salvo erro...)


Este burro, natural de Freixo de Espada à Cinta, (dos nomes mais belos para dar a uma terra), ficará como o animal que mais me fez rir num curto espaço de tempo. O burro, mal viu uma amiga minha, ficou com uma erecção que nem o Alexandrino do firme e hirto como uma barra de ferro conseguia induzir! Freixo parou paar nos ouvir rir! O senhor apercebeu-se e começou a cantar a mui famosa, e ranhosa, "és tão boa, és tão boa!".




O Entroncamento era a terra dos fenómenos. Freixo de Espada à Cinta tomou-lhe o lugar. Esta foto bem que exemplifica onde tive eu de mijar! Não havia água?! Não há mal, vai com gelo! A bela da mija vai quentinha e derrete o dito! Uma técnica excelente! Muito engenheiro há neste país, muito talento desperdiçado!








Cimitério de Almeida, uma das mais belas aldeias que há! Devia ir para património mundial, féda-se! A quadra é ranhosíssima, mas também, para quem querem os mortos belas quadras se já não as podem ler, não é?! Gosto desta quadrazita porque, apesar de mal conseguida, tem a sua verdade. "ó tu quem quer que és"?!?! LOL







A primeira entrada de Almeida. Esta aldeia é, literalmente, uma fortaleza museu. Tem duas muralhas, uma externa e outra interna que delimita os limites da"verdadeira aldeia". Entre as duas muralhas há um fundão que, antigamente, devia estar cheio de água para dificultar a invasão. Esta aldeia transborda a estratégia militar, garanto-vos! As duas muralhas, vistas de um ponto mais elevado, formam uma estrela, para que em cada extremidade se pudesse disparar umas belas bolinhas de canhão. Almeida é, vista do alto, uma rosa dos ventos armada até aos dentes! Tem uma bela pousada, tem um jardim magnífico, é uma aldeia maravilhosa! É uma aldeia dentro do estilo de Óbidos, mas que dexa esta a milhas, a muitas milhas de distância o que toca à beleza.


Mais um edifício da dita aldeia/vila. Trata-se da câmara municipal.














Isto deve ter sido bué da broca! Só pode. Também em Almeida!












Podia por fotos de Espanha, mas resumiam-se a bombas de Gasolina (brinca, não!, LOL), pessoal a comer presunto pata negra e, honestamente, eles que se fodam!


Esta velhota é o motivo de gozação por quase toda a gente a quem conto a história. Na aldeia da Sortelha, uma das mais belas, vemos a senhora e conversa aqui e ali diz ela "toda a gente me gaba a aldeia, toda!". Ela venda uns cestinhos e a acção de promoção foi "Ahhhh, os meus filhos moram todos na américa! (lol) E aqui temos que fazer estes biscates para sobreviver. Não querem comprar um cestinho para recordação? É baratinho!". Eu digo logo, sim! Claro. Pensava eu que aquilo não devia passar dos 2 euros, coisa do género... Ao tirarmos o dito tostão perguntamos o preço e dizela "20 euros". Ficamos todos boqueabertos e nem tivémos coragem de dizer não... Moral da história: Velhinhas são espertinhas! LOL. Apesar de termos sidos brutalmente roubados, rimo-nos todos, porque é, de facto, hilariante! A minha irmã ainda hoje está para me matar! LOL


A Aldeia da Sortelha. Outra mui gostosa, a 700 metros de altura num penacho rochoso. Todas as casas são de pedra, está tudo divinalmente conservado, há um bar e um restaurante qu servem comidas medievais. Foi uma agradável surpresa já que nem estava para ir lá. O castelo era medonho porque não tinha nenhuma rede para segurar o que quer que fosse. Um passo em falso, caímos num belo desfiladeiro rochoso. Visitem, vale a pena.





Chegamos às fotos daquela que é considerada, desde os tempos do Salazar, a aldeia mais portuguesa de Portugal. Discordo do título dado. Se todas as aldeias fossem como Mosanto, Portugal seria um paraíso. Um paraíso um pouco rochoso, mas seria, sim. É uma aldeia fabulosa, de tamanho considerável, muito bem conservada e que vive do turismo que o título lhe vale. Não é um aldeia típica, mas sim atípica. As casas confudem-se com a natureza como podemos ver na foto do lado. Há casas em que não sabemos onde começa a casa, ou onde começa o calhau. Eles aproveitam o calhau existente e fazem as paredes nos espaços que sobram. Fazem casas em cima dos calhaus mais inóspitos, são uma cambada de loucos. Tentaram invadir a aldeia diversas vezes, mas só o maluco do Afonso Henriques é que conseguiu. Desde aí, Espanhóis, Franceses, Mouros, Leoneses, Castelhanos e muitos outros levaram sempre na tromba. Por ter estado sempre nas nossas mãos, deve ser esse o critério escolhido para ser a aldeia mais portuguesa do cu da europa.

Continuamos dentro de Monsanto. Esta foto causa-me imensa impressão. Um calhau GIGANTESCO está quietinho por aquelas duas pedrinhas insignificantes! Pena que eu não tenha conseguido tirar a foto ao calhau inteiro para verem a enormidade do monstro.









Nesta foto , devem reparar num telhado magnífico. Aquele calhau no meio do telhado revela o seguinte...
Fizeram a casa de modo circular, ou seja, como se fosse um moínho, mas naquela terra a pedra era cara e aprveitaram o calhau para fazer as paredes de dentro! Simplesmente magnífico. Todos os estrangeiros que estavam lá radoravam esta casa!! MONSANTO POWER!




Outra vez Monsanto... à direita está, com certeza, a casa com melhor fachada à face do planeta Terra!




















Vou por as fotos da aldeia que mais e desiludiu. Idanha-a-Velha está votada ao abandono. Nota-se que houve alguma intervenção no sentido de preservar as construções romana que lá se encontram, mas estava tudo a marinar ao sol da solidão. A aldeia é diferente das outras, uma vez que não se encntrava num ponto alto, como toda as outras que tinham funções de defesa. Era suposto que esta aldeia transmitisse a ideia de uma comunidade pitoresca, mas falta-lhe muito. Foi a última aldeia istórica que visitei e deixou um saborzinho amargo depois de ter visto tão boas acções de conservação e restauro. É pena, já que Idanha-a-Velha tinha condições de atrair um bom punhado de gente com a quincalharia romana lá existente... Pena...
















Bom, podia por mais fotos das aventuras e certas desavenças! Mas estou cansado de andar a fazer o "upload photo" e o verbo "uploadar" está intimamente ligado ao verbo esperar!

Resumindo, mais uns dias que me fizeram muito bem. Faz bem sair e ir para longe. Faz bem descobrir coisas novas, faz bem gastar dinheiro, faz bem conduzir e n termos horas para chegar a casa, faz bem ter belos pequenos-almoços, faz-me bem esta vida.

Faz bem andar à descoberta, é bauuum!

Especialmente faz bem descbrir coisas num país em que toda a gente ruma para os mesmos sítios, ou que vai para o Brasil, ou para Espanha, sem conhecer, primeiro, a beleza de país que temos!

É muito válido o famoso "Vá para fora cá dentro!" Aconselho vivamente!